Bicentenário da parceria Brasil - Estados Unidos e as expectativas para as relações comerciais em 2024

No ano de 2024, o Brasil e os Estados Unidos completam 200 anos de laços diplomáticos. Tudo começou no dia 26 de maio de 1824, quando o presidente dos Estados Unidos, James Monroe, recebeu o encarregado de Negócios do Brasil, José Silvestre Rebello, em Washington, para reconhecer a independência do Brasil e assim estabelecerem suas relações diplomáticas, que perduram até os dias atuais. 

Essa parceria não ficou no passado. O Brasil continua a ser um parceiro essencial dos EUA, no âmbito comercial, político e econômico. Tanto que, segundo a CEPAL - Comissão Econômica das Nações Unidas para a América Latina e o Caribe, em 2022 o Brasil foi o primeiro destino regional de investimento estrangeiro direto, com mais de 40% do valor investido, sendo 38% desse investimento dos EUA.

O dinamismo das relações econômicas e comerciais, o intercâmbio tecnológico, a importante cooperação em matéria ambiental e de energia, a priorização das questões sociais e a renovação de importantes mecanismos de diálogo bilateral ao longo de 2023, evidenciam o laço forte entre os países. O anúncio da Parceria Brasil-EUA pelos Direitos dos Trabalhadores e Trabalhadoras pelos presidentes Lula e Biden também destaca a robustez da relação bilateral. Aliás, o presidente Lula convidou Biden para uma visita no Brasil em época de eleições nos EUA, o convite foi uma resposta para uma carta que o presidente norte americano enviou ao Lula, o mesmo quer aprofundar a parceria e comemorar o bicentenário das relações entre os países.

Relação Comercial

A relação econômica entre Brasil e Estados Unidos é complexa e não se pode dizer que existe uma dependência. Ambas as nações mantêm relações comerciais: o Brasil exporta produtos agrícolas, minerais e manufaturados, enquanto importa tecnologia e produtos industriais. Os Estados Unidos não são o principal parceiro comercial do Brasil, que possui mais intercâmbios com outros países da América Latina.

Além disso, a economia brasileira é diversificada, não dependendo necessariamente de qualquer país em específico. Entretanto, como as economias dos dois países estão interligadas, eventos econômicos nos Estados Unidos podem ter um impacto no Brasil e vice-versa.

O comércio bilateral entre Brasil e Estados Unidos não é tão grande quanto a parceria comercial entre Brasil e China, que recentemente completaram 50 anos de parceria. Ainda assim, o comércio entre os dois países tem sido crescente nos últimos anos, e as empresas de ambos os países mantêm parcerias estreitas e colaborações em setores como energia, tecnologia de informação e agronegócio.

Expectativas para as relações comerciais

A Secretária do Comércio dos Estados Unidos, Gina Raimondo, durante o Fórum de CEOs Brasil e EUA, que aconteceu no último mês de 2023,  destaca que a relação comercial entre os dois países entrará em uma nova era. Ao lado do vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, Raimondo destacou que os presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden, e do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, compartilham dos mesmos valores em relação às mudanças climáticas, democracia e direito dos trabalhadores e disse que ainda há muito mais a ser feito. Segundo ela, é tempo de aprofundar o comércio investindo nos potenciais de cada um dos países de modo que haja uma confluência. Ela pontuou que enquanto o Brasil é forte em agricultura e minerais, os Estados Unidos estão aumentando seus investimentos em supply chain e semicondutores.

Texto escrito por:

Ana Clara Sousa

Giovanna Benincasa de Vasconcelos

Referências Bibliográficas

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